A menina Pentesileia Foi há um ano, com a cabeça ainda cheia daquele tumulto, que me acalmei a desenhar a Pentesileia e o seu herói. O texto era violento e a tradução excitante, saíam mapas de Tróia, florestas e roseiras, cavalos e cães sempre numa fúria patusca, como as birras das crianças. E a desregulação da paixão erótica estilizou-se em cabeças vazias onde tudo se projecta, em bichanos de traço quase único, primeiros riscos, mimando a zona psico-primitiva em que tudo se passa. E em quedas, confrontos perplexos de grandes cabeças narcisas. Se houve alguma vez sublimação pela Arte, foi esta. O horror aparece despido do seu horror, como uma brincadeira, um jogo tolerável de corre-agora-tu-atrás-de-mim, mera fantasia sado-masoquista. O cão sorri na sua candura animal, o cão saltita e despedaça sem querer. E Pentesileia é uma menina guiada pelo sonho de sua mãe Otrere, confusa no mundo em que a palavra é a coisa e não se consegue decidir que coisa é.
Sem título, pastel a óleo sobre papel, 30x40.
Doado à Fábrica de Braço de Prata, Dezembro, 2021
Consolação, pastel a óleo sobre papel, 30x40
Deflagração do Galo, pastel a óleo, 30x40 (vendido)
The Obvious Boy Rabbit, pastel a óleo sobre papel, 30x40
That´s All, Folks!, pastel a óleo sobre papel, 30x40
Uma Alice e uma Centopeia, pastel a óleo sobre papel, 30x40 (dado)
Montagem na Rossividro, no Rossio ao Sul do Tejo
The World of Girls, pastel a óleo sobre papel, 70x100 (vendido)