LUISA COSTA GOMES
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narrativa

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VISITAR AMIGOS é o mais recente livro de Luísa Costa Gomes. Publicado em Setembro, foi escolhido pelos críticos do semanário Expresso como melhor livro de 2024 e pelos críticos do diário Público como melhor livro de literatura. Desde a sua publicação, Visitar Amigos convocou a atenção da crítica e dos leitores, sobretudo depois da publicação da longa entrevista e recensão do livro feitos pela jornalista Isabel Lucas.
https://www.publico.pt/2024/09/27/culturaipsilon/entrevista/luisa-costa-gomes-dificuldade-aceitar-autoridade-tambem-palavras-2105418
VISITAR AMIGOS é uma série de 13 histórias sobre a nossa história coletiva, a passagem do tempo e as transformações inevitáveis que ele traz . Elege como temas, por exemplo, o sonho de uma revolução socialista transmutada em azedo neo-liberalismo, ou o Turismo do Terror em Berlim. Mas também lá passam amigos esquecidos, perdidos e reencontrados. Embora as narrativas não tenham um fio condutor, apresentam, no entanto, uma certa homogeneidade nos seus temas, abordagens e geral tom humorístico. Algumas das histórias propõem-se revisitar ideias e linguagens políticas do passado, enquanto outras lidam com o presente e reflectem sobre o fim de uma era, os paradoxos da memória, os testamentos, as heranças e a renovação. Alguns contos são mais acidamente cómicos e sarcásticos, enquanto outros serão perplexas descrições daquilo em que se tornou a nossa vida quotidiana. Mas o pano de fundo é sempre a História e o papel que, por acaso ou necessidade, nela vamos representando.
 
 
DOSSIER DE IMPRENSA

Uma luminosa maravilha:
com “Visitar Amigos”, Luísa Costa Gomes afirma-se em definitivo no conto, género no qual se tornou exímia. A escritora encabeça uma lista que inclui títulos de Zbigniew Herbert, Jean-Baptiste Andrea, Benjamin Labatut, Irene Solà, Paul Lynch, Yuval Noah Harari e uma grande biografia de Camões.
1 VISITAR AMIGOS
Luísa Costa Gomes
D. Quixote
O último conto de “Visitar Amigos”, intitulado ‘Rotas’, é a transcrição de uma chamada telefónica entre L. e S., conversa que apanhamos a meio, já depois de uma “confidência” que nunca viremos a saber qual foi. A revelação gera uma pausa, um hiato, uma espécie de beco sem saída. “Então conta-me uma das tuas histórias, já que não podemos falar de nada”, diz L. Do outro lado da linha, S. não se faz rogada, embrenhando-se logo num novelo narrativo que envolve um pedido de desculpas enviado por carta, só eficaz, inesperadamente eficaz, porque levou mais de um ano a chegar ao destino, devido a uma série de equívocos do serviço postal (“De facto, tudo correu pelo melhor: porque na verdade o destinatário da carta, se ela tivesse sido imediatamente entregue, estaria tão furioso comigo que não conseguiria sequer recebê-la”). Os contos de Luísa Costa Gomes também funcionam um pouco assim. São cartas que levam o seu tempo a chegar, que contam com a força dos acasos (quiçá da Providência), para alcançarem o leitor no momento certo. E não importa muito de onde vêm, ou para onde era suposto irem, porque muitas vezes mudam de rumo, voltam para trás, saltam para o lado, transformam-se noutra coisa, são matéria ficcional meio selvagem, meio bravia, à procura dos seus contornos no próprio momento em que ganham forma. Ao contrário do anterior volume de ficções curtas — “Afastar-se (Treze Contos sobre Água)”, de 2021 —, aqui não há um fio condutor evidente, embora não seja difícil entrever continuidades, quer no tom, quer no contraste entre as idiossincrasias das personagens e o peso omnipresente da História coletiva que as envolve, mesmo quando elas disso não se apercebem. Luísa Costa Gomes mostra-se exímia a falar do inferno das obras em casa, essa revolução problemática, cheia de dialéticas e crises (‘A ditadura do proletariado’), mas também de gatos, da dificuldade de envelhecer, dos riscos de reencontrar alguém muitos anos depois, dos medos que se conjeturam ou fantasiam. Há também vinhetas, muito nítidas e pungentes (‘O bem de todos’; ‘As estrelas’), sobre um Portugal sombrio e rural, anterior a 1974. Embora a qualidade dos textos seja bastante homogénea, talvez se possa destacar um deles, ‘Cabeça falante’, conto estilisticamente perfeito que recolhe as memórias de infância de uma jurista que acaba, tarde na vida, por conhecer a sorte de um salvífico “acidente de percurso”. O retrato das empregadas a que a narradora se apega, em criança, e o modo como se incorporam na dinâmica familiar, bem como a descrição dos seus árduos trabalhos braçais, é simplesmente extraordinário. Mas o maior regalo de todos é a prosa de Luísa Costa Gomes, essa luminosa maravilha./ José Mário Silva
“Irónicos, satíricos, íntimos, com um trabalho sobre a língua raro e eficazmente elegante, os 13 contos de Visitar Amigos observam as relações através do tecido do tempo, uma veste que se esgarça - verbo muitas vezes usado pela autora e a partir da qual se tenta encontrar um sentido, diáfano, sobre essas visitas. Corpo a corpo, oníricas, da imaginação, históricas, políticas, literárias, cruéis ou nem tanto, esperando bons acasos. Entrar numa sala com a memória ou a imaginação e ver-se pequena. “Os tios humoristas puseram-me este epíteto, Cabeça Falante. Sou tão pequena que mal chego ao prato e o que eles vêem é isso mesmo”, lê-se justamente no conto Cabeça Falante, escrito pela pequena tagarela que testemunhou humilhações das criadas e o pudor da gravidez materna numa casa burguesa de antes da revolução. Esse é um dos tempos mais visitados, o pré-25 de Abril, e quase nunca assim nomeado, antes sentido pelos quotidianos, as casas, a vida doméstica, a escola, os abusos, a impaciência. Com o quê? “Os anos passavam e nada acontecia de definitivo. Por mais que tentasse o destino nada acontecia”. Este conto chama-se Impaciência. Há nele um medo que vem das palavras, do seu sentido, de uma espécie de mitologia que acredita no poder da palavra.
Romancista, dramaturga, contista, poeta, cronista, tradutora, editora, autora de um libreto de ópera, e agora também autora de canções, Luísa Gosta Gomes gosta de se divertir com as palavras, de lhes tirar a majestade e de as tornar humanas. Mesmo as mais complicadas. E nisso parece dar um grande poder ao leitor, o da liberdade diante da interpretação, do poder de toque de uma obra literária que ela criou e que depois faz o seu caminho. Às vezes, como a protagonista do conto Visitar Amigos, que se depara com a dificuldade de ser visitante dos horrores do Holocausto em Berlim, sustém-se o fôlego. “Colo o nariz ao vidro da janela e esforço os olhos para verem o mais que podem”.
Isabel Lucas, Público, 27 Setembro 2024
“Em 13 contos inéditos, reunidos num só volume, a autora faz jus à sua enorme capacidade efabulatória, servindo-se de todos os utensílios que o domínio da língua e uma criatividade infinita lhe conferem. Os acontecimentos, os lugares, as casas têm vida própria, tudo muda, tudo se liga e desprende, mas o essencial permanece: personagens surpreendentes em complicadas situações limite, o banal quotidiano a par do insólito inesperado, o avanço inexorável do tempo e a inevitável finitude.São temas cruéis que Luísa Costa Gomes trata com um humor anárquico e desafiante, servindo-se livremente de paradoxos, dilemas, impasses e conflitos cada vez mais intrincados. Há amigos que se visitam, que se perdem e se reencontram, mães e pais vocacionados para o amor, incómodos e mal-entendidos, tensões e desafios em universos distantes no tempo, mas com semelhanças no que diz respeito à tentativa de fugir às convenções e ao constrangimento dos costumes. Avessa a sentimentalismos, a autora cria uma intimidade feliz com quem a lê, apoiando-se na sua vasta erudição aliada a uma ironia terna e propensa à prática de uma liberdade insólita. 
Helena Vasconcelos, Público, 18 Dezembro 2024


Fotografia
Afastar-se, contos, Março 2021
Florinhas de Soror Nada, Dom Quixote, 2018
Cláudio e Constantino, Dom Quixote, 2014
Ilusão (Ou o que Quiserem), Dom Quixote, 2009
Setembro e Outros Contos, Dom Quixote, 2007
A Pirata, Dom Quixote, 2006
Império do Amor, Tinta Permanente, 2001
Educação para a Tristeza, editorial Presença, 1999
Contos Outra Vez, Cotovia, 1997
O Defunto Elegante, Relógio d'Água, 1996
Olhos Verdes, Dom Quixote, 1994
Vida de Ramon, Dom Quixote, 1991
O Pequeno Mundo, Quetzal, 1988
O Gémeo Diferente, Difel, 1984
O Trono e o Domínio, Rolim, 1984
Arnheim & Desirée, Difel, 1983
Treze Contos de Sobressalto, Bertrand 1981

crónica

Da Costa, Dom Quixote, 2018
Isto e Mais Isto e Mais Isto, editorial Notícias, 2000

teatro | espectáculos

O Mundo é Redondo, 2018
Macbeths, 2018
Ivone, Princesa de Borgonha, 2018
A Grande Vaga de Frio, 2017
Vanessa vai à Luta, 2017
Lone Dog, 2015
Quatro Santos em Três Actos, 2015
E os Sonhos, Sonhos São, 2015
De Passagem, 2014
Lar Doce Lar, 2014
Depois da Revolução, 2014
Cabaret Alemão, 2014
Estamos Todos?, 2014
Actor Imperfeito, 2013
Pequenas Comédias, 2013
Casas Pardas, 2012
Comédia de Desenganos, 2011
Dias a Fio, 2011
Vida de Artista, 2010
O Príncipe de Homburgo, 2010
Deus, Pátria, Revolução, 2009
A Vida em Vénus, 2009
Say It With Flowers, 2008
José Matias, 2005
Ubus, 2005
Inox, 2002
E Agora Outra Coisa, 1999
Ubardo seguido de A Minha Austrália, 1998
Corvo Branco, 1998
Arte da Conversação, 1998
O Céu de Sacadura, 1998
Sobre o Vulcão, 1996
Duas Comédias, 1996
Clamor, 1994
Nunca Nada de Ninguém, 1991

infantil

Dom Mínimo, o Anão Enorme e Ouras Histórias, Texto Editora, 2009
Trava-Línguas, Dom Quixote, 2006
A Galinha que Cantava Ópera, Dom Quixote, 2005

cinema

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​ESTRADA DE NADA , de Nuno Canavarro, adaptação do guião original Espírito Santo, produção David&Golias, 2015.

O MISTÉRIO DA ESTRADA DE SINTRA, longa metragem e série televisiva de Jorge Paixão da Costa, co-autoria dos diálogos.

VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO, de António Escudeiro, guião original, produção de Maria João Mayer (IndieLisboa2008)

AMÉRICA!, longa metragem de João Nuno Pinto, co-produção internacional, baseado no conto Criaão do Mundo, do livro Império do Amor; estreou no Indie em 2011, nas salas em Lisboa em 2012 e no Brasil em 2013.
  • Cine Cartaz in Público
  • IMDB

O BARÃO, longa-metragem de Edgar Pêra, guião, adaptação da novela de Branquinho da Fonseca, produção Cinemate, que estreou no Indie 2011 e em sala em 2012.  MY MUSIC, de Tiago Albuquerque, curta de animação, guião original que estreou na Monstra 2011.
  • CECINE

DA ESCADA, da colecção de contos Império do Amor, adaptado a televisão por Mário Botequilha.

NECROFILIA, de Vítor Silva  (curta-metragem a partir do conto do mesmo nome na colecção Treze Contos de Sobressalto)

O GÉMEO DIFERENTE, de Vítor Silva (média metragem sobre o conto O Gémeo Diferente)

O FOSSO E O PÊNDULO, de Vítor Silva (curta-metragem a partir do conto do mesmo nome da colecção O Gémeo Diferente)

O DECIFRADOR, guião, a partir das novelas policiárias de Fernando Pessoa (na gaveta)

AI QUE LINDEZA TAMANHA!, guião, um filme em fados, segundo ideia original de João Botelho (na gaveta)

SANTO ANTÓNIO DE LISBOA, guião, com Margarida Gil, co-autoria do guião (na gaveta)
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ALGUÉM, com André Letria,  guião, curta de animação (na gaveta)


antologias em língua portuguesa

antologias em língua estrangeira

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